Perdas e Conquistgias (Apologize)
Introdução:
O que fazemos quando achamos que não há mais nada que pode dar errado, mas acontece depois? Segue a vida ou sofre em silêncio?
Seguir a vida, eu acho um desrespeito com quem se foi, pois não dá nenhum sinal que vamos sentir a falta daquela pessoa. A morte não é brincadeira. Não é uma coisa que vamos poder concertar futuramente. Quando perdemos uma pessoa é para sempre. Ainda temos que seguir em frente? Existem forças para superar? Eu sei que existe, mas eu não descobri. Acho que essas forças estão enterradas muito fundo. Tão fundo que é perigoso eu ficar sem ar ou morrer desidratada, não que eu tema a morte. Às vezes preferiria, pois é muito mais fácil morrer ao que viver. Sem contar que assim poderemos nos juntar com quem amamos e nunca mais correr o risco de perdê-los
Enquanto sofrer em silêncio? Trás vantagens para mim? Para mim nenhuma, mas para aquele que se foi tem muito valor, pois a faz sentir que é importante. Que alguém está sofrendo com sua partida e vai sentir sua falta. Acho que quanto mais sofremos, mais nos acostumando e torna a dor um sentimento amigo, onde, sem ela, você não é a mesma pessoa. Isso é possível? Para mim sim, pois não me imagino sem sentir dor. Se isso acontecesse, não me reconheceria.
“Mas isso está errado Annyta. Você tem que viver sua vida e deixar, quem se foi, em paz. Você ainda está viva. Aproveite. A vida é bela e eu não quero que você se junto com aqueles que se foram. Me preocupo demais com você. Quero te ajudar a superar isso.”
Mas eu não tenho mais nenhum apego aqui e estou bem com a dor que sinto. Como disse, ela se tornou minha amiga e sem ela, não serei eu mesma.
Ela também prova o quanto amo aqueles que eu perdi. Se não as sentissem mais, daria a entender que não os amo mais.
“Isso é mentira. Nunca que vão pensar que você não os ama mais. Eles querem que você seja feliz e aproveite sua vida. Você está feliz? Está sorrindo?”
Lógico que não. Desde quando morte é felicidade? Não temos mais aqueles que amamos. Agora vivo sozinha, sem amigos. Estou morta viva, mas me conforta, um pouco, que eu ainda os amo. Isso faz com que eu pense, um pouco, que não os perdi.
“Para de sofrer. Você tem que ser feliz. Você pode achar que não tem mais ninguém para amar, mas tem pessoas vivas que te amam e não querem te perder. Segue a vida e deixe aqueles que se foram descansar em paz. Tente amar aqueles que estão vivos. Tenho certeza que essas pessoas que se foram não querem que você os siga ainda. Você ainda tem muito que viver.”
Não dá, pois não quero perdê-los por completo. Minha vida é assim agora. Uma vida, onde, por dentro, estou morta.
A morte e a vida. Dois pesos grandes em cada lado da balança, mas nem sempre eles são exatamente o que dizem que são.
A morte não é a alma saindo do seu corpo o deixando gelado, sem ação ou movimento. Vida não só a alma ainda dentro de si deixando seu corpo quente e cheio de ação ou movimento. Ambos têm mais de um significado.
A morte pode ser: Não ter mais a animação que tinha antes, não ter mais expressão, não querer mais sair de casa e se divertir. Querer só ficar dentro de si, se escondendo do mundo lá fora.
A vida pode ser: Ter a animação no auge, estar sempre sorrido e rindo, quer ajudar e se divertir. Sem olhar para trás.
Mas essas características, às vezes, não são claras, pois é difícil saber quando estamos vivos ou mortos, pois nossos sentimentos sempre estão alterando. E é através deles que decidimos como somos e como vamos agir no dia. São os sentimentos que nos torna ser humanos, mas essa raça é muito dependente de coisas matérias como a tecnologia, a casa, a água, a comida e outras pessoas. Esta última dependência, se deve ao fato de vivermos em uma sociedade, sendo necessário nos relacionarmos com alguém. A única coisa que não precisa de outra coisa para se realizar são nossos sentimentos.
Sendo algo independente não podemos garantir que conseguiremos bloquear os sentimentos, isso é praticamente impossível. Automaticamente podem atrapalhar um trabalho, ou um relacionamento, ou seja, a vida profissional é afetada pela vida pessoal. O inverso também acontece. Para sermos bons profissionais, temos que gostar do que fazemos.
Quando nossos sentimentos estão abalados, nossas vidas mudam por completo. E é essa mudança que quero contar para vocês. As mudanças que eu sofri e ainda sofro um pouco, mesmo depois de um longo tempo.
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