Introdução
Você já se apaixonou? Mas de dar a sua vida pela pessoa que
você gosta? Se sim, quero que saiba que isso se chama amar aquela pessoa. Você
a ama tanto que faria de tudo para não perder a pessoa amada. Isso é belíssimo,
mas nem todos entendem isso. Sabe por quê? Por que essa pessoa nunca amou, ou a
amou, mas perdeu e isto a fez fechar o coração. Foi isso que aconteceu com um
homem. Que homem é esse? O homem que me sequestrou.
De inicio eu não entendia por que ele havia feito isso, mas
depois entendi. Mas antes de contar a minha história, vou contar a história dos
meus pais, a história que eles me contaram.
Meus pais se conheceram quando estavam na faculdade, mas não
estudava na mesma universidade.
Meu pai estava se formando em engenharia da computação no
Japão – sim, meu pai é japonês – e minha mãe estava no segundo ano da faculdade
de Relações Internacionais, nos Estados Unidos.
Como aprendizado, alguns alunos da faculdade dela, os
melhores, teria a oportunidade de estágio em outro país. Minha mãe sempre se
interessou pela cultura de outros povos, mas, a que a deixava mais fascinada
era a do Japão, por isso que resolveu este país para ir.
Ela ficou no Japão por quase um ano e foi neste período que
ela conheceu meu pai.
Se me lembro bem, ela o conheceu durante um passeio com uma
amiga. As duas foram para um restaurante chique. É daqueles que o cozinheiro
faz seu prato na mesa da pessoa. Se vocês acham que era o meu pai que as
atendeu, acertou em cheio.
Meu pai trabalhava meio período neste restaurante e foi ele
que as atendeu. Assim, os dois conversaram bastante, em inglês, é claro. Minha
mãe ainda não tinha aprendido japonês.
Quando o almoço terminou, meu pai entregou seu cartão para
minha mãe, pois ele também aceitava encomendas e ainda sabia fazer pratos
americanos. Minha mãe adorou.
Então, durante o tempo que ela ficou no Japão, ela sempre
chamava o meu pai para fazer as comidas, ela não era uma boa cozinheira, quando
era a organizadora de alguma festa no tempo livre que tinha. Foi nesses
momentos que se encontravam que os dois acabaram se apaixonando um pelo o
outro, mas só oficializaram um mês antes dela voltar para a America.
Bem, ficaram alguns meses namorando a distância e no ano
seguinte, meu pai veio para a America. Ficou quase dois anos lá. Casaram-se nos
Estados Unidos, mas eles só ficaram um ano nos Estados Unidos como casados,
pois ele foi transferido para o Brasil e aqui eu nasci.
Sou de nacionalidade brasileira, tenho 18 anos. Estou no
primeiro ano de faculdade no curso de História e Geografia. Sempre gostei de
histórias que minha mãe contava quando era mim, quando eu era criança, além de
achar super interessante o passado da sociedade. Mas também tenho curiosidade
em Filosofia e Sociologia.
Me chamo Katerine Beatriz Haruna Lewis. Katerine é
americano, assim como Lewis. Beatriz é brasileiro e Haruna é japonês.
Pessoalmente, adoro o meu nome inteiro, mas não sou chamada por apenas um nome.
Por exemplo, o povo da faculdade me chama de Kate. Meus pais me chamam de
Haruna e meu namorado me chama de Bia. Ele é o único que me chama assim e acho
muito fofo quando ele diz Bia. No inicio do namoro, sempre quando ele me
chamava de Bia, eu encostava em seu ombro e abria um sorriso, ou o abraçava.
Quando fizemos cinco meses de namoro, parei de abraçá-lo ou encostar nele
quando me chamava de Bia, só abria um
sorriso e, de vez em quando, dava um beijo em seu rosto. Eu o amo muito. Sempre
dizia a mim mesma ou para ele “Meu David”. É ele se chama David. É brasileiro,
até seus pais são, mas eles adoram nomes americanos.
Ele tem 1,90m de altura. Tem pele morena, mas não muito escuro.
Cabelos pretos e arrepiados. Olhos claros, verde azeitona. Um nariz bem
desenhado. Os traços do rosto são fortes e tem um corpo musculoso, mas nada
exagerado, corpo ótimo para seus 22 anos. Também é esportista, faz qualquer
esporte. Realmente fiquei impressionada por ele fazer engenharia aeronáutica, e
não educação física.
Ele se destaca quando estamos juntos. Também, eu sou branca,
de cabelos pretos lisos com californiana, olhos puxados e meio magra demais.
Pelo menos é o que eu acho, mesmo o David me falando que meu corpo é bonito.
Nossa relação é muito bonita e tranquila, procuramos nos ver
sempre nos finais de semana, já que não estamos na mesma universidade. A sorte
que é a mesma cidade. Santa Catarina, uma cidade que eu adoro, mas já pensei em
mudar para São Paulo ou Rio de Janeiro.
Bem, se eu falar da cidade, nunca começou a minha história.
Vou começar com... Já sei.
Capitulo 1: 12 de abril de 2012 (quinta-feira)
- Bia. Quando você veio falar comigo naquela festa,
fiquei muito surpreso. Em uma festa com tanta gente e foi comigo que você veio
falar. Depois me apaixonei por você. Katerine Beatriz, quer namorar comigo?
- Davis. Não via a hora de você pedir isso. Claro
que aceito.
Não, vamos adiantar. O que eu disse no começo
aconteceu alguns meses depois que começamos a namorar, ou foi um ano atrás? ...
Deixa para lá. Vou direto ao ponto. Não, antes vou só complementar um pouco.
Ele me fez esse pedido quando fomos ao teatro. Meio
que trocamos telefone, e-mail, MSN e Facebook naquela festa que ele falou. A
faculdade dele sempre foi muito amiga da minha, por isso que ele estava lá. Ou
foi porque alguém da minha faculdade o chamou? Sei lá. Então, desde daquele
dia, sempre conversamos e, depois dele insistir muito, eu sai apenas com ele.
Fomos para o teatro a céu aberto. Foi linda a peça, mas não lembro a história
agora. Não é a toa, fiquei algumas vezes olhando para ele discretamente. Só não
nos beijamos porque era um lugar aberto e ambos queriam ver a peça.
Enfim, deixa eu voltar para a parte que queria
falar.
17 de
novembro de 2012 – sexta-feira.
Era de noite. Estávamos na casa de campo com os
meus pais. Havíamos combinado de passar o final de semana lá.
Depois do jantar, eu e o David saiamos para frente
da casa. O céu estava estrelado, por isso deitamos na grama e começamos a
olha-las para achar as constelações. Ele que era bom nisso.
Estávamos nos divertindo achando as constelações de
mãos dadas, até que se fez um momento de silêncio que não durou muito.
- Bia. Escuta. Já faz um tempo que preciso te falar
uma coisa. – eu sentia um pouco de tristeza na voz dele, mas não demonstrei uma
reação exagerada. Coisa de japonês.
- O que?
- Estou no penúltimo ano da minha faculdade e
preciso de estágio. Surgiu uma oportunidade.
- Nossa, que legal amor. – eu disse animada e me
sentando para olhar seu rosto. Este aparentava tristeza – Qual o problema?
- A oportunidade é em Brasília com o contrato de um
ano.
- O que? O que isso significa? – eu estava ficando
desesperada naquela hora. Temia que ele terminasse comigo.
- Vou ter que mudar de cidade, ou melhor, estado. –
disse ele se levantando também.
Eu sempre fui meio egoísta, mas não queria
perde-lo.
- Não. Como vamos ficar? Não quero namoro à
distância, mas também não quero terminar. Quero ficar sempre ao seu lado.
- Vê comigo.
- Mas e minha faculdade?
- Não pode ver se tem o seu curso lá?
- Meus pais não vão deixar que eu vá sozinha com
você. Não pode arrumar outro estágio?
- Assim fica difícil Beatriz. – ai eu gelei. Ele
nunca me chamava assim. E também senti certa veracidade em sua voz. Eu não
consegui dizer nada, apenas me levantei e entrei, o deixando lá fora. Ele
também não tentou se desculpar.
Assim que entrei, bati a porta com tudo.
- O que foi Haruna? – me perguntou meu pai. Ele e
minha mãe estavam sentados no sofá, abraçados e vendo televisão. Eu não queria
falar com ninguém. Apenas subi para o meu quarto. Entrei, fechei a porta com
tudo e me joguei na cama. Ainda dava para ouvir o que era falado lá em baixo.
Queria ficar em meus pensamentos, mas minha atenção
foi para o que se passava lá em embaixo. Não demorou muito e ouvi que o David
estava entrando.
- David. O que aconteceu entre vocês dois? – ouvi
minha mãe dizer.
- Eu consegui uma oportunidade de estágio em Brasília.
Tentei arrumar uma solução para eu consegui ir para o estágio e não precisar
terminar com ela ou ter um namoro à distância, mas ela não gostou de nenhuma
das soluções.
David sempre teve uma boa relação com os meus pais,
por isso ele não se importou de falar com eles sobre a nossa briga. Confesso,
achei minha ação infantil, mas não achei outro meio de acabar com aquela
discussão sem ser aceitar o que ele sugeriu. Sinceramente, o único meio de meus
pais deixarem em viver em outro estado sem estar junto deles é se eu me
casasse, mas ainda me acho muito nova para isso. Meus planos era casar com, no
mínimo, 22 anos. Até lá ainda tenho 4 anos. Meu sonho é casar com o David, mas
só depois que terminar minha faculdade. Que raiva. Será que deveria aceitar um
namora a distância? Ou devia tentar convencer os meus pais de me deixarem ir
morar com ele? Não sei o que faço.
Mergulhada com mil coisas na cabeça, eu acabei
dormindo.
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