O amor proibido

Prólogo:
“Eu era apenas Alex Diggory, até o dia 24 de dezembro de 2008. Tudo mudou a partir daí. Coisas extraordinárias aconteceram na minha vida, algo que nunca pensei que aconteceria”.

Capítulo 1 - Mudança de vida.
“Era véspera de Natal, mas meu coração estava apertado”.
Pensamento da mãe

Eu estava a caminho da casa dos meus avós. Era véspera de Natal. Estava muito frio. Abracei-me na tentativa de me aquecer.
Eu estava feliz, mas meu coração dizia que algo aconteceria [i]naquela noite.[/i] Continuei minha caminhada.
Faltava pouco para chegar à casa da minha avó. A única luz que havia na viela, apagou-se. Por dentro eu estava apavorada, mas não demonstrei reação alguma. Mantive minha postura e pensava comigo mesma, que nada aconteceria.
Mas estava errada, algo aconteceu rapidamente, só me lembro de estar deitada, naquele chão molhado e frio, em uma noite escura.
Estava com uma dor imensa, não conseguia gritar, a dor era mais forte. Faltava apenas 10 minutos para o Natal. Eu se quer conseguia me levantar para pedir socorro, eu estava completamente sem força. Sabia que minha mãe devia estar apavorada com minha demora.
Fiquei deitada naquela viela completamente vazia. A pessoa que me atacara já havia desaparecido. Minha respiração estava cada vez mais fraca, me esforçava muito para respirar. Coloquei minhas mãos sobre o pescoço, havia uma dor inevitável ali e um liquido escorria pelos vãos dos meus dedos. Conclui que eu estava sangrando, senti uma tontura. Percebi que alguém estava cada vez mais perto. Queria pedir socorro, mas não consegui. Minha voz era fraca demais. Fechei meus olhos, não me lembrando de mais nada.
Eu estava em um lugar escuro. Vultos passavam rapidamente. Meu coração começou a disparar. Olhava para todos os lados, tentando acha uma saída. Olhei para uma árvore que se encontrava a uma longa distancia. Aquela árvore me chamou a atenção. Fui caminhando, com passos rápidos, até ela. Senti, dentro de mim, que aquela era a saída. Estava próxima da árvore. Estava focada nela e não percebi que alguém se aproximava de mim. Alguém me agarrou por trás. Gritei “NÃO”, tentando me soltar.
Ouvi uma voz desconhecida, falando para me acalmar. Abri meus os olhos rapidamente. Minha respiração estava ofegante.
Não conheci a pessoa. Tentei me lembrar. Meus pensamentos estavam confusos.
Tentei organizar meus pensamentos. Olhei para os olhos da pessoa desconhecida. Ela me abriu um belo sorriso, não consegui retribuir.
-Q-Quem é você? – disse com os olhos atentos em qual seria sua resposta.
- Ah desculpa... – disse ela levando e deixando sua xícara de café em cima de escrivaninha e voltou até a mim. – Prazer sou Katy West. E você é...
Não sabia se era um sonho, se eu havia morrido, não sabia de nada que eu estava vivendo, eu estava completamente confusa, nem sabia se esse ainda era meu verdadeiro nome, tentei arriscar.
-A-Alex Diggory – eu disse ainda olhando para ela.
Ela me olhou dos pés a cabeça, isso já estava me incomodando.
Ouve um pleno silêncio. Logo ela começou a disparar perguntas.
- Você está se sentindo bem? Quer uma xícara de chá? Café? Você tem família?
As perguntas começaram a embaralhar minha mente. Queria gritar “PARA”, mas me lembrei que estava falando com uma desconhecida e ela podia ter uma reação violenta.
Ela continuou com seu interrogatório. Quando dei por mim, ela já havia o acabado, esperando cada resposta.
- Não.
- Não o que?
- Não me lembro de nada.
Tentei lembrar o nome dela, mas não consegui. Havia esquecido logo que ela me disse.
Levantei-me observando o ambiente. A parede, logo na minha frente, era laranja e tinha um painel central de fotos dela com um menino.
- Quem é ele? – disse apontando para o painel. Eu o conhecia de algum lugar, só não o nome.
- Esse é meu melhor amigo, Skandar Keynes.
Percebi, pelo seu tom de voz, que ele era mais que um amigo para ela.
- Você gosta dele?
- Não. – mentiu ela. – Quer tomar café? – disse ela desviando do assunto.
- Claro. - disse, não voltando ao assunto anterior, para não incomodá-la.
Eu a acompanhei até a cozinha, reparando em cada canto daquele apartamento.
Chegamos à cozinha e tomei meu café em silêncio. Então ela me perguntou novamente.
- E sua mãe?
Havia me esquecido completamente da minha mãe e da minha família. Argumentei assustada.
- Que dia é hoje?
- 26 de dezembro. – disse ela meio confusa com minha pergunta.
Olhei para o relógio que estava sobre a geladeira. Era 14:00. Voltei meu olhar para a menina e perguntei.
- Você não passou o Natal com sua família?
- Ah... – disse ela sem jeito – Briguei com minha família na véspera e resolvi voltar para casa com meu amigo. Quando te vi deitada naquela viela. Skandar te pegou e te trouxe para cá. Depois foi embora para passar o Natal com sua família. Talvez mais tarde ele passe aqui.
Fiquei encabulada pelo jeito que me ajudaram. Agradeci.
Tinha se passado 2 dias, que eu estava dormindo. Como a garota iria eu deixar ficar 2 dias dormindo sem me levar para o hospital? - conclui que ela era uma louca.
Não respondi nada sobre minha mãe, agora quem não queria voltar no assunto era eu. Fiquei em silêncio por um tempo, com as mãos na minha cabeça, meus pensamentos ficavam tão confusos, a cada instante. Pouco me lembrava do meu passado. Lutei para me lembra, mas meu esforço foi em vão.
Estava bem concentrada em meus pensamentos, não ouvia nada que ela poderia falar, apenas sua boca se movia, assenti com a cabeça concordando com tudo que me dissera, mesmo não sabendo do que se tratava.
Alex... – repetiu a garota novamente – Estou falando com você. Posso saber o que estava pensando? – disse ela como se não estivesse curiosa, mas eu podia perceber que estava.
Hesitei.
-Em nada não. – eu disse por fim, quebrando o gelo.
Fiquei pensativa naquela cozinha. Estava tão quente, que eu queria sumir dali por um instante. Katy, ainda esperava sentada ao meu lado, esperando por alguma fala minha.
-Não parecia que você não estava pensando em nada. – ela cortou o silêncio.
-Desculpe. – talvez minha desculpa, não estava sendo verdadeira, mas eu não queria brigar com ela, a pessoa que me ajudou.
Levantei e fui para sala, ela me acompanhou, com os olhos atentos em mim.
Passei pelo corredor, e vi uma carta escrita: Katy West.
Lembrei de imediato, seu nome.
-Então Katy, o que você faz? – eu perguntei, enquanto olhava as fotos colocadas sobre uma mesa no corredor.
Ela pensou bem antes de falar.
-Bem... – ela começou. – Eu estudo, e só. – ela deu um sorriso.
Sorri também.
Fomos para a sala, e sentamos no sofá.
-Ainda não se lembra de nada? – perguntou ela.
-Não.
- Do que você se lembra?
Respirei fundo.
-Meu nome, que eu fui atacada, e a minha idade. – pensei se havia mais alguma coisa, mas não me lembrei naquele instante. – E mais nada.
Ela ficou pensativa por um instante, e voltou a falar.
- Bem... – ela parou de falar. – Devemos tomar previdências logo.
Não falei nada.
Que providencias iríamos tomar? Eu não sabia de nada da minha vida. Era como se tivessem sugado minhas lembranças.
Não me lembrava nem do nome dos meus familiares, apenas de seus rostos.
Algo muito estranho estava acontecendo na minha vida.
E eu não estava aceitando isso. Logo tudo iria ser diferente. Minha vida iria mudar drasticamente. Abaixei minha cabeça sobre minha perna e coloquei a minha mão na cabeça. Comecei a chorar. Como nunca chorei.
Como eu queria que aquilo fosse apenas um sonho, mas estava errada, aquilo era real, e eu teria que me conformar com isso.
Minhas lágrimas se despencaram. Molhando minha única peça de roupa.
Meus olhos estavam, inchados e vermelhos.
Katy me olhou por um instante, talvez sentindo pena de mim.
Mas eu não queria que sentisse pena de mim, isso era errado, eu odiava isso.
Ela chegou mais perto de mim. E passou sua mão leve sobre minha cabeça, acariciando.
Depois levantou meu rosto, e limpou as lágrimas que ainda estavam caindo lentamente por minha face.
Mordi meus lábios, chorando novamente. Ela me olhou e começou a chorar comigo.
Abracei-a o mais forte possível, talvez estivesse sufocando a garota, mas aquele era meu refúgio naquele momento.
Ela pegou minha face com suas mãos quentes.
-Ei... – ela limpou as suas lágrimas. – Você não está sozinha. Conte comigo para tudo.
Eu estava soluçando. Sorri.
-Obrigada Katy. – eu sorri e a abracei novamente.
Ainda estávamos abraçadas. Estava tão silenciosa aquela sala, que eu e Katy assustamos e gritamos quando tocaram a campainha.
-Deixa que eu atendo. – disse Katy levantando-se.
Concordei com a cabeça.
Fiquei sentada ali, esperando pela pessoa que havia tocada a campainha.
Percebi que Katy estava demorando muito para voltar para sala. Por mais que eu não deveria sair do meu lugar, minha vontade foi maior. Fui para a porta vê quem era.
Quando cheguei Katy, estava conversando com um rapaz de cabelos pretos, olhos castanhos, alto. Ele não era lindo, mas também não era feio. Aquele deveria ser o tal garoto que Katy me disse, o tal de Skandar Keynes.
Quando cheguei mais perto, ele me olhou, seus olhos estavam brilhando como estrela.
Realmente agora eu podia dizer que ele era lindo mesmo. Que amiga sou eu? Estou traindo minha única e melhor amiga. Katy gosta dele, eu não podia fazer aquilo com ela.
Ele deu um sorriso tentador para mim. O que me fez dar uma recaída. Senti-me uma boba naquele instante.
Desviei meu olhar do dele. Tentei ficar o mais possível quieta, só que eu esbarrei na bendita jarra, e ela caiu. Eu fechei os olhos, e os abri lentamente, havia duas pessoas olhando para mim, e eu sabia muito bem identifica-las.
- Oi Alex. Esse é Skandar Keynes, o garoto que te falei que ia passar aqui mais tarde. – disse ela, olhando para a jarra, agora quebrada no chão, ela não parecia nervosa como eu pensara que ela ficaria. - Skandar essa é Alex. – disse ela voltando com um sorriso para seu amigo – na verdade eu sabia o que ela sentia por ele-, Skandar.
- Oi – disse ele com uma voz que estremeceu minhas a veias, a voz de veludo, mas não podia demonstrar isso. Katy é quem gostava dele, não podia traia-la. Não devia.
Então respondi tentando não demonstrar meus sentimentos. Seriamos só amigos.
- Oi. – eu disse com um pouco de sarcasmo, sem parecer um pouco chata.
- Vamos entrando. – disse Katy abrindo toda a porta para Skandar passar.
Ele entrou, sentou-se no meu lado no sofá. Katy estava logo atrás. Quando nos sentamos, Skandar olhou para mim.
- Como você está? Quando nós te encontramos, você estava horrível. – disse ele, parecia que estava relembrando do momento.
Eu hesitei.
- Estou bem... – disse por fim. Com um sorriso no rosto.
Ele deu um sorriso tentador para mim. Como esse garoto consegue conquistar uma garota!
-E então Skandar... – disse Katy interrompendo nosso romance. – Como anda sua vida?
Ela perguntou com brilho nos olhos, e atenta em cada palavra que ele iria falar.
Como Skandar não percebia que Katy era apaixonada por ele? Conclusão, os homens são cegos.
- Vai bem. – disse ele distraidamente.
Um silêncio se formou.O que eu não estava gostando. Nunca gostei. Mas agora do que antes do acontecimento em brando. Então resolvi quebrá-lo.
- O que você faz no seu tempo livre? – perguntei para Katy.
Estava me sentindo mais animada, não sei por que, mas queria conversar até pelos cotovelos. Talvez fosse a presença do Skandar.
- Eu estudo, trabalho e deves em quando componho musicas.
- Então você toca. Que legal. – eu disse – Por que você não toca alguma coisa para mim?
Ela não respondeu, ficou quieta. Percebi que estava envergonhada.
- É. Toca. Pode fazer Alex se sentir melhor. – disse Skandar incentivando ela com aquela voz suave.
Ela não poderia dizer não. Fiquei ansiosa. Então insisti.
- Por favor! – minha voz saiu baixa, mas acho que ela entendeu, pois se levantou e pegou o violão. Sentou-se e começou.
Ela tocou uma musica muito linda, que falava de amizade. Pela musica percebi que era quase uma decepção, pois queria algo mais. Logo percebi que era diretamente para o Skandar.
Virei-me para ele, discretamente, assim que ela terminou. Fiquei surpresa, pois ele a olhava como se tivesse gostado muito da musica, mas não tinha caído à ficha que era uma musica para ele. Conclui novamente. Os homens são cegos.
- Nossa! Bem legal. Eu sempre quis aprender a tocar violão. Poderia me ensinar? – perguntei animada. Realmente, a musica era linda.
- Bem legal. Você toca muito bem. – disse Skandar, com um brilho nos olhos. O que será que ele está pensando?
Logo minha pergunta foi respondida.
- Você já pensou em formar uma banda ou cantar? Sua voz é linda.
- Obrigada. Eu não pensei nisso porque morro de medo de palco. Não sei se conseguiria cantar sozinha no palco. Tenho muito vergonha.
- Entendi, mas é uma pena. – ele olha no relógio dele – Nossa! Olha a hora! Já era para mim estar no Studio de gravação. Foi muito bom ver vocês. Melhoras Alex e Katy. Pense no assunto. Acho que eu poderia ajudar com o agente. Bom, tenho que ir. Tchau.
- Eu te acompanho até a porta. – disse Katy muito nervosa e se levantando do sofá.
Quando ela voltou, eu logo falei:
- Eu entendi o porquê que você gosta dele. Ele é um doce, mas é lento.
- Como assim?
- Não sei como ele não percebeu que você é caidinha por ele. Na sua musica não ficou muito claro o que você queria mais que uma amizade, mas eu percebi.
- Você é xereta em? Mas tudo bem. Quer aprender a tocar?
- Quero. – eu disse mais animada. Katy também ficou mais calma e menos tensa depois que ele foi embora. Mas ainda estava incendiada com o elogio.
Talvez muitas coisas o destino ainda irá trazer a mim, coisas que nem eu mesma esperava. Talvez algo impossível.