I capítulo - O chefe bom e o chefe mau.
Um homem chamado Carlos saiu do seu país em busca de uma nova terra, para fundar uma nova cidade. Como ele adorava a natureza, queria uma cidade com pessoas que gostavam das mesmas coisas que ele.
Ele tinha dezoito anos ao sair. Junto com ele vinham cinco navios com famílias, animais, material de construção e muitos alimentos para a viagem toda, e quando os alimentos acabavam, eles pescavam.
Depois de dois anos navegando em alto mar, chegam numa ilha maravilhosa, e Carlos, junto com os outros, decidem que lá seria a cidade tão sonhada deles e o nome seria City Flowers, cidade das flores.
Anos depois, a cidade estava pronta e, é claro, que todos os homens ajudaram, tornando City Flowers uma cidade linda.
Era pequena, pois não queriam derrubar muitas árvores, a ilha tinha belíssimas montanhas e, talvez, cachoeiras lindas, mas a população ficou entre a praia e a floresta. As casas eram lindas e aconchegantes, isso porque eles já sabiam como construir suas casas, trazendo os equipamentos e materiais de construção necessários, para não precisar de madeira e não derrubar as árvores.
Na ilha, Carlos se casou com sua noiva, Quelem, quando fez vinte e quatro anos e sua noiva com vinte e dois anos. E, quando Carlos fez vinte e nove anos, foi nomeado chefe da cidade City Flowers, por ter fundado a belíssima cidade e ter tido a brilhante idéia de procurar novas terras.
Um ano depois, ele e sua esposa tiveram um filho homem, chamado Estevão, e ficaram muito felizes, pois entrou um novo habitante da cidade dos sonhos de todos, podendo esse habitante aproveitar essa beleza desde pequeno.
Estevão, até aos cinco anos foi um garoto bom e adorava a natureza e suas criações, mas depois disso, ele começou a maltratar tudo que tinha alguma relação com a natureza. Carlos ficou muito chateado com seu filho, mas ele não desistia de lutar para trazer seu filho para o caminho certo, o caminho do bem e não do mal.
No aniversário de quinze anos do Estevão, Carlos, que agora estava com 45 anos, chamou o Estevão para conversar na varanda, e ao chegar lá, Carlos disse:
- Bem filho! Eu te trouxe aqui para dar uma novidade, que tem a ver com você.
- Que novidade sobre mim pai? – meio desanimado, pensando que a novidade não seria nada boa.
- Quando você fizer vinte anos, vai poder ser o vice-chefe da nossa belíssima e maravilhosa cidade – disse erguendo os braços, e depois de dizer isso, abaixou e continuou – o que você acha?
- Que legal pai!Vou poder ser o vice-chefe dessa cidade ho... – antes de terminar a frase pensou “Se eu ser o vice dessa cidade horrível, vou ter a chance de ser o CHEFE, e poderei modernizar tudo, acabar com esse matagal, espantar esses animais de estimação e os da floresta, sendo assim, vou poder encher essa ilha infernal de indústrias”.
O pai perguntou:
- O que ia dizer? Por que essa pausa?
- Nada pai, é só o que você ouviu e dei essa pausa porque estava pensando no que vou fazer para ajudar nossa “bela” cidade. Só por curiosidade, quando vou ser o chefe?
- Quando eu aposentar ou bater as botas!
- “Que coisa chata, isso vai demorar. Eu posso até não gostar da natureza, mas não sou louco para matar meu pai, ou sou?” – pensativo.
- O que você está pensando?
- Nada! Tem mais alguma coisa? – irritado.
- Tenho! Não te contei, mas, para você ser o vice-chefe, tem que mudar seu comportamento... – disse meio bravo – e para provar que vai mudar, comprei esse presente.
Quando Estevão abriu a caixa, saiu uma cabecinha branca e peluda – um gatinho – que para o pai é uma gracinha e para o filho é um monstro feio, mas para ganhar o cargo, falou:
- Que lindinho pai, obrigado – falou meio com desgosto.
Estevão continuou o mesmo. Maltratava o gato, colocando areia em sua tigela em vez de ração, jogava-o na lama em vez de dar banho, não dava carinho e atenção ao gato, não brincava com ele, entre outros maltratos, que na frente de seu pai, ele fazia o contrário, demonstrando tratá-lo bem. Pena o gato não saber falar, pois se falasse, contaria todos os fingimentos do Estevão.
Quando chegou o aniversário de 20 anos de Estevão, o chefe, com 50 anos, mas muito forte, fez uma festa com a cidade inteira, e mais os familiares dele e os da Quelem, que vieram de outro país só para ver o neto.
A festa estava muito animada e divertida para a população, mas nenhuma festa chegaria aos pés do que viria às nove horas da noite.
Antes das nove, as seis da tarde, o chefe tocou um sino gigante e armou um palco rapidinho, pegou um microfone e pediu para o DJ desligar o som. Logo que todos se sentaram e silenciaram o chefe começou a dizer:
- Querida população, estamos reunidos aqui para comemorar o aniversário de 20 anos do meu amado filho, Estevão. E o mais importante, eu e minha esposa decidimos que é melhor termos um vice-chefe, caso aconteça o pior. Não estou dizendo que vá acontecer, espero que demore – e todos riram – decidimos que Estevão, meu filho, será o vice, pois não posso escolher qualquer um para comandar nossa bela cidade e ser tão bom quanto eu – se gabou de brincadeira – desculpe, acho que qualquer um seria bom. Alguma pergunta?
Um homem levantou a mão e perguntou:
- De onde veio essa idéia de herdeiro?
- Primeiro minha esposa me lembrou que eu estava envelhecendo, mas bonito, e me perguntou quem ficaria no meu lugar, caso acontecesse de eu... Vocês sabem... Então eu lembrei que na realeza é o filho mais velho que governa depois do rei, ou seja, o poder passa de pai para filho e me veio essa idéia. Mais alguma pergunta?
Ninguém se manifestou então o chefe disse:
- Não? Então vou passar a fala para meu filho e às nove faremos a nomeação. Aplausos para Estevão.
Então o Estevão levantou, subiu no palco, pegou o microfone e começou a falar:
- Olá povo da nossa “bela” cidade... – disse claramente, sem parecer fingimento, pois na realidade aquela frase era horrível, sabem porque – Estou aqui, em cima do palco, para agradecer a vocês e ao meu pai por me darem essa chance, mesmo se for só para ajudar, pois ELE é chefe. Afinal, duas cabeças são melhores que uma, mas vou ter minha chance.
Então Estevão pensou baixo: “Espero que essa chance chegue logo, pois não sei por quanto tempo agüento mais essa NATUREZA”.
Depois do discurso do Estevão ter acabado o pai pegou o microfone e disse:
- Bem! Os discursos acabaram, agora curtam a festa e não se esqueçam que às nove será a nomeação do meu filho.
A festa estava ótima, para todos, menos para Estevão, até que ele encontrou uma linda garota, descendo de balsa, cabelos longos, pretos e ondulados; um pouco mais baixa que ele e olhos azuis, que ele nunca tinha visto na ilha, e vai falar com ela. Começou:
- Oi! Eu sou Estevão e você?
- Estrela.
- Estrela? Belo nome. Quer dançar?
- Bem, não sei...
- Vem! Vai ser legal!
- Mas, acabei de chegar. Preciso ajudar minha mãe com as coisas.
A mãe viu e disse:
- Vai filha! Depois você me ajuda, mas às nove você volta.
- Está bem, eu vou dançar.
- Que legal! Vamos? – disse Estevão animado.
Já dançando, Estevão pergunta:
- Você tem namorado?
- Não!
- Então fala de você. De que você gosta? De onde você veio? Não é daqui, é? Por que veio para cá?
- Bem, para começar eu gosto da natureza, coisas naturais e sonho de passear na floresta. Vim do Brasil, São Paulo, São Paulo cidade, que tem muitas indústrias, quase nada de verde e o ar é muito poluído. É horrível! Como percebeu não sou daqui, sou de um lugar totalmente oposto dessa beleza; e vim para cá, porque queria mudar de ambiente, queria um lugar mais sossegado, sem muita movimentação, sabe?
- Sei! Então está no lugar certo. Seja bem-vinda a City Flowers.
Quando Estevão ouviu aquilo sentiu um aperto no coração, pois ele era o oposto do que ela disse. Mas não era uma garota, linda, por sinal, que atrapalharia seus planos. Então disse:
- Eu também “adoro” a natureza e animais, e “detesto” indústrias – disse mentindo e pensou – “Farei de tudo para conquistá-la”.
Depois de dançar bastante, ele disse:
- Vamos até a praia para conversar melhor e dar uma volta?
- Claro, mas não se esqueça que tenho que voltar às 9h.
- Está bem, mas você vai voltar depois de ajudar sua mãe?
- Acho que não, pois vou acabar demorando para desmanchar as malas, e talvez, dormirei logo.
- O.K. Vamos?
- Vamos.
Na praia, estava uma noite linda e conversaram até dizer chega. Nem viram o tempo passar. Só perceberam quando o sino tocou, então trocaram os últimos olhares e Estevão perguntou:
- Bom! Será que podemos nos encontrar amanhã?
- Sim, mas que horas e onde?
- Eu ligo para confirmar tudo.
- Está bem.
- Então tchau Estrela, até amanhã.
- Até.
- Hei! Espere! Seu telefone.
- Ah é! Anota.
- Deixe-me pegar o meu celular. Pronto.
Então ele anotou o telefone dela, e ela o dele; e foram embora.
Estevão chegou atrasado e se desculpou. Então começou a nomeação; o pai pega o microfone, a faixa de vice-chefe e diz:
- Estevão Gaspar Vieira. Eu, Carlos Vieira, nomeio-te o vice-chefe de City Flowers e futuramente meu sucessor.
Com Estevão ajoelhado e cabeça baixa, o pai, com o decorrer do discurso, foi colocando, a faixa, escrito “vice-chefe”, e logo em seguida, Estevão se levantou e vai para o microfone e diz:
- Meu povo, agora vai ter duas cabeças para pensar no futuro de vocês, como diz o ditado “duas cabeças pensam melhor que uma” e agradeço ao meu pai por me dar essa oportunidade de ajudar essa ‘bela cidade’, obrigado.
Então todos aplaudiram, gritaram e assobiaram de felicidade. Então chefe pegou o microfone e diz:
- Caríssima população, muito obrigada por comparecerem no aniversario do meu filho e na nomeação, obrigado mais uma vez.
Então aplaudiram bem forte e foram embora, junto com o chefe e filho, para as casas.
Ao chegar lá, o pai perguntou calmamente:
- O que aconteceu que você demorou filho?
- Sabe o que é pai...- disse meio nervoso.
- Não! Esperava que você me explicasse – disse calmo.
- É que eu conheci uma garota chamada Estrela e conversamos até “dizer chega” e perdemos a hora, então ela foi embora e vim pra nomeação e combinamos de se encontrar de novo amanhã, só não que horas e onde, pois agora vou ter várias responsabilidades como vice-chefe.
- Bem filho, no começo de seu cargo, não tem tantos compromissos, mas amanhã de manhã vamos nos reunir para pensar na cidade, como você disse “Duas cabeças pensam melhor que uma” e assim é melhor para pensar no futuro da cidade.
- Então vou me encontrar com ela de tarde – disse meio feliz, pois ele queria ver se as idéia dele seriam aceitas, mas, encontrando com ela, ele poderia se aproximar mais dela.
- Filho! Depois desse encontro, me fale dela ta?
- Ta! – disse com desgosto.
Então foram dormir.
A manhã seguinte começou com um café reforçado, pão com manteiga e queijo e uma fruta. Depois do café, o Estevão e o pai sentaram e começaram a conversar.
Depois de cinco horas conversando, Estevão falou:
- Bom pai! Agora tenho que ir, ta bom?
- Ta.
E o Estevão foi para o local, que ele combinou antes de começar a conversar com o pai, com a Estrela, na lanchonete do Senhor Antonio, que era em na garagem do Antonio. Era confortado e o lanche era gostoso, tudo caseiro, nada industrializado.
Chegando lá, Estevão encontrou Estrela e disse:
- Desculpe pelo atraso, estava conversando com meu pai sobre a ci... – não continuou, pois lembrou que ela não sabia que ele era filho do chefe e se falasse “cidade” ela iria desconfiar – não, sobre o que pedir para o chefe fazer para melhorar nossa cidade mais ainda.
- Ah! Entendi!? – meio confusa, mas entendeu. – Bem o que comemos nessa lanchonete? Como funciona?
- Ah! Você vai até a mureta e pedimos – então pensou – “Bem poderia ter pessoas servindo, poderia ser em lanchonete de verdade e ser comida industrializada, é mais gostoso, pois eu já provei com um amigo meu, pena que ele preferiu as comidas naturais, mas ele tem algo de seu país natal”.– o que vai querer?
- Aqui tem lanches naturais?
- Tem!
- Que tipo?
- Vou pedir o cardápio.
- Ta.
Então ele foi pedir. Trouxe o cardápio, ela viu e disse:
- Eu vou querer o sanduíche com presunto, queijo, salada e tomate. E você?
- O mesmo que você.- depois pensou – “Já que não tem outra coisa”.
Depois de meia hora o lanche chegou e ela perguntou:
-Quem são seus pais? Fale sobre eles!
- Bem... É...Meus pais são “legais”, adoram a natureza e suas criação, eu “gosto muito” deles e são da população e não do governo.
- Qual é o nome deles?
- Marcos e Estefani. Agora fala de você! Como é sua vida? Quem são seus pais? Fale sobre você!
- Bem, minha vida é simples, tenho uma irmã de 12 ano, moroso com minha mãe Andreça e meu pai está em Portugal, mas estão separados.
- Que pena!Não sabia, você deve está chateada.
- Que nada!Já superei, isso faz tempo que aconteceu.
- Há bom! Pensei que tinha te magoado.
- Não! Bom, vamos comer?
- Sim.
Ela deu uma mordida e disse:
- Muito bom esse lanche né?
- È, ele é muito bom – disse, mas o que ele imaginava era comida industrializada, que para ele era bem melhor.
Depois de duas horas ele disse:
- Tenha que ir, meu pai está me esperando para ajudar na plantação.
- Está bem! Tchau.
- Tchau. Ah estrela! Quando vamos nos encontrar de novo?
- Amanhã, na praia, às duas da tarde. Dá?
- Lógico! Só vou ver com meu pai e te ligo amanhã para confirmar, Certo?
- Certo. Então até amanhã.
- Até.
Então foram embora.
Ao chegar em casa, o pai perguntou:
- Como foi filho?
- Legal pai! – meio nervoso pelo pai querer saber da vida dele.
- Como ela é?
- Sem perguntas, certo? Vou tomar um banho, pois estou morrendo de calor e logo em seguida vou para quarto pensar na minha vida, ta bom pai? – nervoso.
- Certo! Não falo mais nada. – meio se graça.
Na manhã seguinte, todos tomaram café e depois Estevão e o pai vai decidir as coisas para a cidade e Estevão diz:
- Tenho uma idéia!
- Qual?
- É assim...
Depois de um tempo explicando a idéia o pai diz:
- Ah! Gostei! Vamos anunciar hoje mesmo para a população, às três horas da tarde.
Assim que terminou a conversa, à uma da tarde, Estevão viu que tinha tempo para se encontrar com a Estrela e resolveu ligar para ela.Então ele ligou e atenderam:
- Alô! Quem fala? – era a mãe dela.
- Estevão.
- Com quem quer falar?
- Com a Estrela.
- Vou chamar, Estrela.
- Alô! Quem fala? - Estrela
- Oi Estrela! É o Estevão.
- Oi! O que quer?
- Queria confirmar com você nosso encontro hoje.E pra mim dá, e você?
- Não sei!
- Por que?
- É que hoje, às três, vamos partir para nossa terra, para festa de aniversario do meu pai e conhecer sua nova esposa.
- Mal namora já casa – e pensou – “que legal!”.
- Não! É que meus pais se separaram, porque, depois de dois anos casados, ele conheceu outra garota, se apaixonaram e começaram a namorar, e por isso que ele e minha mãe se separaram.
- Ah! Entendi! Mas você vai ou não?
- Não vai dar, tenho que arrumar minhas coisas.
- Por quê?
- Porque vou e também vou passar um tempo por lá, mas depois eu volto.
- Está bem! Tchau. – Meio triste, mas, ao mesmo tempo, aliviado, pois ela não ia descobri nada dele de verdade.
Às três horas da tarde, o pai de Estevão tocou o sino em sinal que ia dar um recado importante para a população.
Depois de uma hora todos já estavam sentados, em silêncio e o chefe começou dizendo:
- Caríssima população. Estamos aqui reunidos para anunciar uma idéia de meu filho, mas não será eu que falará, será meu filho, Estevão, aplausos para ele.
E todos aplaudiram.
- Obrigado meu “belíssimo” povo. Agora lhes vou contar minha idéia.
Não vou enrolar muito, vou direto ao ponto. Andei pensando muito com meu pai e decidimos fazer uma caixinha de madeira e vocês escreveram o que querem que mude em nossa cidade futuramente e no ultimo dia do mês de dezembro, o mês que vamos passar, abriremos e escolheremos a obra que faremos. Obrigado.
Todos aplaudiram e o chefe disse:
- Bom pessoal, é isso ai, alguma duvida?
Então um cara levantou a mão e perguntou:
- Quando a caixa será posta? E onde?
- Daqui a dois dias no centro da cidade.
- Obrigado.
- Mas alguma pergunta? Não? Então podem voltar a seus afazeres e me desculpem se os interrompemos. Só vou relembra, daqui a dois dias a caixa estará no centro da cidade. Obrigado.
Dois dias depois, a caixa foi posta no centro da cidade e fizeram um pequeno encontro para falar da caixa e o Estevão começou:
- Meu caríssimo povo. Hoje iremos inaugurar a caixa, então vamos formar uma fila e vocês iram colocar o papel com as suas idéias para melhorar nossa cidade. Que comece a encher.
Então Estevão cortou a fita e um por um começou a colocar as idéias e quantas quisessem.
No dia 30, Estevão e o chefe foram pegar a caixa, quase de madrugada, e levaram para casa para manhã seguinte abrirem.
Na manhã seguinte, os dois se sentaram e começaram a ler as propostas.
Depois de algumas horas, escolheram três, só para começar, que eram: Deveríamos ter mais escolas, pois estamos aumentando; deveríamos ter uma escola de turismo, para mostrar a floresta, como guias; e um barzinho, bem simples, perto da praia.
Mais tarde, eles tocaram o sino gigante e todo o povo, depois de meia hora, estava reunindo na praia e então o chefe falou:
- Meu belo povo, eu reuni vocês aqui para anunciar que, depois de tanto ler, escolhemos três propostas para virar obra, analisarmos detalhe por detalhe e finalmente escolhemos. Vamos construir mais duas escolas; vamos ter o curso para ser guia na floresta; e vamos abrir um bar, bem simples, mas gostoso, na praia. Alguma pergunta?
Então uma voz feminina apareceu, que o chefe nunca tinha ouvido, a voz perguntou:
- Quando vai começar as construções?
- Semana que vem.- disse meio surpreso.
Estevão reconheceu imediatamente a voz, era a Estrela. Ele se escondeu rapidamente atrás do palco, o pai percebeu e perguntou:
- Filho! Por que se escondeu?
- Porque...
- Porque...
- Não me escondi, só escorreguei.
- Sei! ?
- E também estou cansado e quis sentar aqui na sombra.
- Está bem.
Na verdade ele queria se esconder da Estrela, pois ela não sabia a verdade sobre ele.
Depois o chefe voltou rapidamente para o povo e falou:
- Me desculpem por me desviar um pouco de vocês. Bom mais alguma pergunta?
A voz voltou e perguntou:
- O vice-chefe não vai falar?
- Ele está impossibilitado de falar. Está sem voz.
- Há! Esta bem. Obrigada.
- Obrigado pai! – disse bem baixo.
- Dedada. – disse o pai baixinho.
Na manhã seguinte, Estevão acordou com o telefone tocando.
Ele atende e diz:
- Alô. – meio sonolento.
- Alô. Que fala?
- Estevão.
- Oi Estevão, é a Estrela.
- Estrela! – meio surpreso – quando chegou?
- Cheguei ontem cedo e vi seu pai falar no palco. – falou meio zangada.
- Como soube?
- Que você é o vice? Pela minha amiga. Por que você não me contou antes?
- Não dá para falar agora, vamos almoçar junto e te conto tudo.
- Está bem! Que horas e a onde?
- Meio dia. Na onde não sei.
- No restaurante peixaria.
- Está bem. – não gostando tanto da idéia, pois, para começar, aquilo nem era bem um restaurante, para ele, e ele não era muito chegado em peixe, mas aceitou.
Mais tarde os pais do Estevão acordaram e o pai dele perguntou:
- Quem era no telefone meu filho, logo de manhã?
- Uma amiga. – e pensou – “que logo será minha namorada”.
- Sei! È aquela menina da praia, não é?
- Não te interessa.
- Nossa! Que humor!
Quase meio dia, Estevão estava se arrumando e o pai perguntou:
- Aonde vai?
- Sair.
- Volta logo.
- Por quê?
- Porque ainda temos o que resolver para as construções.
- Está bem! – bem animado, pois poderia ver se suas idéias para as construções seriam aceitas.
Chegando lá, ele encontra Estrela sentada esperando ele, com uma cara bem séria.
- Oi! – disse Estevão com um pouco de medo.
- Oi! – respondeu ela bem seria – agora me responda o por que não me contou a verdade?
- Antes vamos pedir alguma coisa para comer.
- Certo! Como faremos isso?
- Do mesmo jeito que na lanchonete. Vou pegar o cardápio.
Pegou o cardápio, pediram um pacu assado e bem temperado, e comeram.
No meio do almoço, Estrela voltou a perguntar:
- Por que não me contou antes? Chega de enrolar.
- Ok! É um seguinte, não te contei antes porque pensei que se você soubesse ia se intimidar demais e eu não ia poder conhecer a verdade Estrela e alem do mais, você poderia querer ser minha amiga...- antes de continuar pensou - “Por enquanto” – e continuou – só por eu ser ‘rico’, entendeu?
- Entendi, mas do mesmo jeito não tinha necessidade de me esconder isso, nunca seria sua amiga por dinheiro, no começo precisaria me dar um tempo para pensar e ficaria um pouco tímida e com o tempo você conheceria de verdade. Seria tudo questão de tempo.
- Entendi, mas à parte de ser ‘amiga’, não rola namorada?
- Estevão!
- Entendi, só amiga.
- Ainda não estou pronta.
- Certo. – e pensou – “que raiva”
Depois de uma longa conversa e um longo almoço, Estevão pagou a conta e quando estava saindo disse:
- Quer que eu te acompanhe até sua casa?
- Pode ser. Viu você é muito legal nunca seria sua amiga por dinheiro. Promete que não vai me esconder mais nada?
- Prometo.
E foram-se embora os dois “pombinhos” para casa de Estrela.
Logo que chegou na casa de Estrela, Estevão convidou Estrela para saírem juntos de novo. Nada foi combinado o certo. Estrela ficou de ligar para confirmar.
Chegando em casa, Estevão e o pai sentaram e começaram a conversar sobre as construções. Eles ficaram o resto do dia conversando e quase meia noite, foram dormir.
Segunda-feira chegou, exatamente uma semana depois da declaração e uma semana depois da virada de ano, e começaram as construções. Começaram com as escolas, em lugares quase sem arvores, naturalmente; prepararam os materiais, que boa parte da matéria-prima era exportada dos EUA, ou seja, não tiraram quase nada da natureza, e quase não desmatou, pois a escolas eram pequenas.
O chefe e o vice pretendiam fazer duas escolas, não muito bonita, mas bem simples, limpa e organizada,
Depois de meses nas construções das escolas, nas duas, para ser mais exata, passaram para a próxima obra, o bar. Prepararam o material, que era: madeira, folha de bananeira, palha e cordas.
Não demorou muito para terminar, pois era bem simples, para se exata, levou um mês para terminar.
O bar ficou parecendo uma cabana bem grande, o telhado parecia meia-bola; depois descia um pouco de madeira e ficou uma janela bem grande, que tinha na parte de baixo dessa janela uma mureta, e continuava descendo a partir da mureta até a areia. Ficou muito bonita e dentro tinha todo o material para fazer os alimentos e bebidas, naturais.
No finalzinho do mesmo mês, julho, Estevão e o pai terminaram o bar e em três semanas, começaram a construir o quartel general de turismo para organizar as visitas na floresta e as escolas para ensinar as coisas que um guia precisa saber para guiar um visitante na floresta. Separaram os materiais, começaram pela a escola de guias. Não ficou muito grande, mas bastava.
No final do mês de setembro, terminaram a escola para guias e começaram a construir o quartel general, que começou nos começos de outubro. Iniciaram a obra procurando um lugar para construir na floresta, em um lugar aberto, sem muitas árvores e desabitado.
Chegaram a um lugar do jeito que queriam e um dos pedreiros disse:
- O que acha daqui? Não tem muitas árvores, tem bastante sol e...
- E tem um rio, não dá.
- Por quê?
- Porque quando começarmos a construção vai poluí-lo e não teremos muita água potável...-o chefe foi interrompido por um outro pedreiro.
- Como assim ‘potável’?
- Que nós podemos beber, como sabem, não podemos viver sem água, estou certo? Também não podemos viver sem arvores, pois sem elas essa ilha não seria 100% boa para viver. Vamos procurar outro.
Então foram subindo, subindo, até que chegaram quase no topo da ilha.
Outro pedreiro perguntou:
- E esse aqui chefe?
- Bom, mas a areia está muito ressecada e essa arvore – a única do local – está habitada por um mico leão dourado.
- Bom, a areia é boa para construir, dá sim, mas a arvore...
- Então Estevão disse:
- E se mudarmos o habitat dele, colocá-lo em outra arvore, acho que daria.
- Mas filho, e se ele não se adaptar na nova casa? É quase a mesmo coisa que mudar você daqui e te levar para São Paulo, ou tirar você daqui e te levar para a Antártida. Você não entenderia como funcionam as coisas lá em São Paulo, ou você não sobreviveria o frio da Antártida.
- É mesmo. – e pensou – “mas adoraria conhecer a base do que eu pretendo fazer nessa cidade quando eu virar o chefe, mas na Antártida com certeza não sobreviveria”.
- Então vamos procurar outro lugar. – disse o chefe.
Quase saindo de onde estavam, o chefe diz:
- Ai que saudade do meu cachorrinho, mas acho que morreu, pois faz cincos anos que ele desapareceu. – ele disse bem baixo.
Antes de eles irem totalmente, Estevão tropeça em uma pedra e diz:
- Ai, meu pé.
- O que foi filho?
- Nada, só tropecei.
- Certo, vamos seguir em frente.
Mas ninguém percebeu que quando o Estevão tropeçou, se abriu uma entrada oculta, e certo o gato.Ele viu, achou estranho e seguiu em frente, junto com seus donos.O pai disse:
- Fofo! Vamos.
Fofo era como chamava o gato.
Depois de mais meia hora, quase escurecendo. Eles chegam ao topo da ilha e o arquiteto diz:
- E esse lugar? Sem árvores, sem rios, a nascente está bem mais na lateral da ilha. O sol é um pouco quente, mas dá para trabalha e provavelmente, dentro do Q.G.T. seja bem fresco.
- Perfeito! Demoramos a decidir, mas finalmente achamos o local perfeito.
- Ótimo! Finamente!- disse Estevão e sentou em uma pedra meio grande.
- Então amanhã começaremos.
- Pai!
- Sim!
- Vamos fazer algo para subir tudo isso, né?
- Não sei, mas vamos procurar um caminho, fácil, para chegar até aqui, pois eu estou exausto.
Quando estavam voltando para casa, Estevão viu Estrela, sentada, conversando com uma amiga e ele disse:
- Pai vai indo que já vou.
- Certo.
Estevão foi em direção de Estrela e falou:
- Oi Estrela!
- Estevão! Você por aqui. O que estava fazem?
- Eu estava passeando com meu pai, procurando uma lugar bom para o Q.G.T.
- Esse G.G.T. seria...
- Quartel General de Turismo, na floresta é claro.
- Que legal!
- Podemos sair amanhã ou outro dia?
- Claro! Só não sei quando.
- Por quê?
- Amanhã não vai dar.
- Por quê?
- Tenho um compromisso.
- Outro dia dá?
- Pode ser.
- Então ta. Até a próxima.
- Até.
Então ela virou para a amiga e a amiga disse:
- Que sorte sua Estrela. O vice-chefe gosta de você! E você, o que sente por ele?
- Gosto muito dele, mas não estou preparada para um namoro.
- Ah!Entendi.
Na manhã, logo cedo, Estevão e o pai começam a procurar uma subida mais fácil e rápida para o Q.G.T. Passaram a manhã toda subindo e descendo e finalmente acharam uma não muito comprida. Até que era rápida. Começaram a marcar o caminho.
Assim que marcaram todo o caminho, perceberam que as raízes das arvores estava formando uma escada e por isso que facilitou tudo.
Então desceram. Chegando lá, Estevão e o pai juntaram toda a equipe de construção para verem o caminho, e resolveram que seria melhor por uma corda, bem forte prendendo uma ponta no começo do morro até onde estava o Q.G.T.
Depois de fazerem o “corrimão” até o Q.G.T., já levando os materiais, iniciaram o que podiam, pois já estava escurecendo.
Depois de vários meses na construção do Q.G.T., finalmente estava finalizando, colocando telhado, pintando, pondo janela e vidros, pondo o piso, etc, fazendo os reparos finais. Estevão e pai, como estavam acompanhando o crescimento do Q.G.T, que era bem alto, estavam lá observando, quando o celular do Estevão toca e o pai pergunta:
- Que barulho é esse?
- É meu alarme.
-Para quê?
- Para meu lembrar do meu compromisso que é agora.
- Que seria...
- Não te interessa. Estou atrasado.
- Ta bem!-disse meio confuso.
Mas o pai não sabia é que era um encontro que o Estevão marcou com a Estrela bem rápido, pois, para variar, tinha compromisso e o pai não tinha ouvido ou visto.
Chegando no local marcado, Estevão viu que tinha chegado antes da Estrela, pela primeira vez, e se sentou:
Cinco minutos depois, ela chega dizendo:
- Desculpe pelo atraso. Demorei muito?
- Não!
- O que queria me dizer?
- Primeiro lanche.- depois pensou – “Que infelizmente é natural, mas ainda isso vai mudar.”
- Certo.
Pediram, comeram e depois Estevão disse:
- Estrela!
- Sim.
- Bom...A gente se viu muito nesses últimos meses, mas poderíamos nos ver mais se não fosse essa obra.
- É, realmente, mas é seu dever né?
- É, mas posso continuar?
- Certo! – disse meio estranhada, pois ele tinha falado um pouco zangado.
-Então, como dizia, já nos encontramos bastante para perceber que a alguma coisa a mais entre nos. Então queria lhe perguntar uma coisa. Quer ser minha namorada?
Enquanto eles conversavam, o pai de Estevão estava na obra e, observando os pintores pintando, o chefe ouvi um ‘creque’, não sabia a onde, e outro ‘creque’. Depois de um segundo, outro e o chefe. O chefe foi seguindo, quando, de repente ele ouve uma voz dizendo:
- Saia daí Carlos.
- Ah?
- Olha pra cima.
Mal deu para olhar e uma rampa, que subia a tinta, caiu uem cima e o engenheiro, o que tinha tentado avisar, diz:
- Chamem um medico, urgente e alguém avise ao vice-chefe sobre o acidente.
Na lanchonete...
- Sim! – disse Estrela.
Quando estavam quase se beijando, um pedreiro, que desceu correndo, chegou e falou:
- Finalmente...-disse sem fôlego – te achei.
- O que foi João? – disse zangado por ser interrompido.
- Seu pai...
- O que tem?
- Ele sofreu um acidente horrível, a rampa de tinta caiu sobre ele.
- Já o levaram para o hospital? – disse fingindo que estava preocupado.
- Não sei.
- Ai! Que demais. Vamos Estrela.
- Claro!- disse preocupada.
Estevão pensa:
- “Espero que ele não tenha se machucado muito, mas se machucou, vou ter mais chance de me tornar o chefe dessa cidade primitiva e vou poder transformá-la com super industrias e modernizá-la”.
Chegando no hospital, o medico os viu e foi se encontrar com eles.
- Como ele está? – disse fingindo, ou melhor, não demonstrando tanto interesse no paciente.
- Mais ou menos. Está sangrando bastante, mas estamos conseguindo controlar.
Estrela pergunta:
-Está consciente ou não? Corre perigo de vida?
- Infelizmente não. Levou um pancada forte na cabeça por causa da queda e seu corpo está fraco por causa do peso da rampa. Não sabemos se correr perigo de vida.
- Certo. Vamos esperar ele acordar.
- Mas Estre...
- Mas nada Estevão.Vamos esperar e ponto final!
- Ta bem! – disse meio desanimado.
Maia hora depois, o celular da Estrela toca:
- Alô! Quem fala?
- Filha onde você está?
- No hospital.
- Por quê?
- Não sabe?
- Não.
- O chefe sofreu um acidente.
- Ai meu Deus! É grave?
- Não se sabe o certo, mas ele está inconsciente.
- Que Deus o proteja. Mas não vai vir para casa?
- Não dá mãe. Tenho que ficar com o Estevão, e se ele tiver uma emergência. Ficarei aqui para apoiá-lo.
- Que amor!
- Principalmente agora que ele é meu namorado.
- Então ele te pediu em namoro?
- Sim.
- Bom! Então ta. Tchau filha. Se cuide.
- Tchau mãe. Um beijo.
- Pra você também.
- Quem era no telefone? – pergunta Estevão.
- Minha mãe.
- Que legal!Vamos comer algo?
- Certo.
Na manhã seguinte, o pai de Estevão acorda e chama o filho.
Estevão vai e o pai diz baixo:
- Filho!
- Oi pai?
- Quero que saiba que mesmo você não gostando tanto dessa vida e da natureza. Te amamos muito e espero que você administre bem essa cidade que você nasceu, ajudou nas mudanças, mas não à estrague com industrias, fabricas, como uma verdadeira São Paulo. Cuide bem da sua namorada...
- Como sabe?
- Sei tudo! Você saiu, mas não tinha nada marcada e você só fala daquele jeito, arrogante, quando vai se encontrar com a Estrela e lógico que mais sedo ou mais tarde você à pediria em namoro.
- Você é bom em pai.
Em seguida pensa:
- “Mas eu não queria que você soubesse”
- Como eu dizia, não perca ela por nada, pois ela é a garota perfeita para você.
- Certo! – disse fingido e pensou – “Ficaria tão feliz se você parasse de se intrometer na minha vida”.
E Estrela fala:
- Estevão! É melhor a gente ir para ele descansar. E chefe, é melhor você não falar mais, pois você não está totalmente recuperado do acidente. É melhor não fazer esforço. – disse amorosamente.
- Certo. Tchau filho e se cuide.
- Tchau pai.
- Ei Estrela! Chame-me de Carlos.
- Certo. Tchau che..., Quero dizer, Carlos.
- Isso mesmo. Cuide-se.
Quando saíram, Estevão disse:
- Estrela! Preciso ir, minha mãe não pode vir, é melhor eu ir falar para ela que o pai acordou e avisar ao povo. Você vem?
- Não sei...
- Vamos! É melhor irmos, pois assim você pode descansar, tomar banho, falar com sua mãe...
- Ta certo. Vamos, mas voltaremos logo. – meio desanimada.
- Ok, mas agora vamos.
Chegando em casa, Estevão avisa a mãe e logo em seguida, o povo, lógico que boa parte do povo sabia, mas outra boa parte não.
Na manhã seguinte, Estevão acorda com o telefone tocando e atende:
- Alo! Quem fala? – disse sonolento.
- Aqui é da Clinica Maria do Carmo.
- Sim, a clinica que meu pai esta. O que deseja?
- Estamos ligando para avisar que seu pai... – começou a gaguejar.
- Sim...
- Momo...
- Momo...
- rreu.
- O que? Como? Quando?
- Ele começou a passar muito mal, chamando seu nome. Subiu a pressão...
- Como?
- Acho que ele se sentiu muito pressionado para melhorar e voltar a comandar a cidade, que seu coração não agüentou e para piorar descobrirmos uma doença difícil de se curar aqui.
- Que seria...
- Câncer.
- E isso atribuiu para morrer?
- Sim.- desanimado.
- Mas quando isso aconteceu?
- Hoje de madrugada.
- Meu Deus! Que o leve em paz. – e pensou – “Mas agora eu sou o chefe e farei essa cidade virar um São Paulo”.
- Estevão!
- A desculpe! É isso? – disse fingindo que estava triste.
- É.
- Bom, obrigada por me avisar, mas agora eu vou passar esse recado para o povo, essa noticia trágica. Obrigada e tchau. – falou como se fosse quase chorar, que é lógico que era fingimento.
Estevão, assim que terminou de falar com a clinica, ligou para a Estrela.
Ela atende e ele fala sobre o que aconteceu, então ela diz:
- Não, não pode ser, isso não é verdade.
- Eu também não queria acreditar, mas me ligaram do hospital logo cedo.
- Ai meu Deus! Que o leve em paz. Vai avisar o povo?
- Infelizmente sim, é meu dever.
- É verdade.
- Vou avisar minha mãe, tomar café e aviso o povo.
- Isso mesmo! – disse quase chorando.
- Não chora meu amor.
- Ta. Vou tentar.
- Nos vemos na palestra.
- Sim. Tchau mor.
- Tchau. Mor.
Então Estevão avisou a mãe, que fez “rios de lagrimas” de tanto chorar. Logo em seguida, ele sae e avisa para o povo. Faz o discurso e o povo volta para seus afazeres, sabendo que três horas da tarde seria o funeral do querido chefe.
As três da tarde, foi feito o funeral, lá estava a cidade inteira, mulheres chorando e os homens as abrasando com os olhos tristonhos. Quando terminou, Estevão e a mãe foram para casa. Já em casa, Estevão diz:
- Coitado do pai. Ele era tão bom. – disse fingindo que estava triste.
- É filho, mas agora você é que vai tomar conta da cidade. – disse ainda chorando e com medo de que acabara de dizer, pois não sabia se seria uma boa escolha.
-É mãe, sou eu o chefe e posso fazer o que eu quiser. – disse todo feliz por dentro, mas com um poço de tristeza, pois era seu pai mesmo com todo o ódio que sentia.
- Bom filho! O que pretende fazer? – disse quase sem chorar.
- Vou modernizar essa cidade. Começo amanhã.
- Mas filho, o povo ainda está em choque com a morte de seu pai e se aparece, assim de re pente, com mudanças radicais. Podem se enfurecer com você.
- Não se preocupe. Serei cauteloso.
- Ainda não acho uma boa idéia.
Na manha seguinte, Estevão marcou uma reunião com a cidade, para anunciar sua posse e adquirir a “confiança” do povo nele.
Quatro horas da tarde, o sino toca e em seguida o povo chega. Assim que todos se acomodam, Estevão começa:
- Meu caro povo. Agora entramos em uma nova geração. Com a perda do nosso querido chefe, agora eu serei seu novo chefe. Cuidarei de vocês e da cidade. Não vou prometer que serei como meu pai, mas farei o melhor para vocês. – em seguida pensou – “O melhor para mim, jamais serei com meu pai. Vou ser mil vezes melhor”.– e continuou – Nós vamos crescer muito e juntos. Obrigado.
E todos bateram palmas, mas ninguém sabia o verdadeiro plano do novo chefe.
Alguns meses depois, Estevão começou a fazer mudanças radicais, como prédios, restaurantes mais chiques, estradas para veículos e muito mais, até novas pessoas foram vindo para a ilha. Isso só de começo.
Estrela percebe tudo e vai falar com Estevão. Ela combinou de se encontrar com Estevão na lanchonete que tiveram o primeiro encontro, aproveitando que ainda estava em de pé, a uma hora da tarde.
Na hora do encontro, Estrela chega primeiro e alguns minutos depois, ele chega.
Na lanchonete, Estrela começa a falar:
- Estevão! O que você está fazendo nessa bela cidade?
- Nossa! Nem um oi fala mais. Então um beijinho.
- Oi! – disse friamente e da um beijinho – Bem! Agora pode me responder?
- Bem mor, é simples, eu só quero modernizar essa cidade.
- Perguntou para o povo o que acham?
- Não!
- Por que?
- Porque não quis.
- Não vai se redimir?
- Não vejo necessidade.
- Por que?
- Porque esse é meu sonho e não vou desistir dele.
- Estevão! Não te reconheço mais. Cadê aquele jovem que vi pela primeira vez e que foi falar comigo quando tinha acabado de chegar, sem conhecer nada, que me mostrou essa bela cidade e que me fazia desmanchar quando ouvia essa voz ou tocava?
- Aquele era outro Estevão, meu oposto.
- Até o amor que sentia mudou?
- Não, meu amor foi sempre o mesmo. Em nenhum momento mudou e não vai mudar.
Então Estrela saiu chorando e Estevão sentiu um aperto no coração, mas não ia se redimir por uma mulher. Se para realizar seu sonho teria que sacrificar o amor que sentia por Estrela, que seja assim.